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Fernando R. Santiago
colunista do Blog Novas Formas Editorial

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

REFLEXÕES PARA ELEIÇÕES 2012

Em 2012 teremos ELEIÇÕES MUNICIPAIS no Brasil.

Recebi junto com votos de final de ano um texto que li, achei interessante e quero partilhar com meus amigos, minhas amigas e leitores deste blog.

Por isso, tomei a liberdade de publicar este artigo escrito por meu amigo Padre Valdir Silvestre, pároco em Araçatuba - SP, que nos ajuda a refletir sobre este momento tão importante para a vida de todos nós brasileiros.

O texto, inicialmente, foi endereçado diretamente para os fiéis da sua paróquia e para cidadãos de Araçatuba - SP.
No entanto, como sei que Pe. Valdir tem uma postura e prática ecumênicas, assim como eu também procuro ter, peço aos nossos amigos que pertencem a outras denominações religiosas, que vejam este texto também com este olhar ecumênico, tomem a palavra Igreja com um sentido universal e considerem esta reflexão abrangente e válida para qualquer cidade do nosso Brasil.

É este o texto:

“Se dou comida para os pobres me chamam de santo!
Se pergunto pelas causas da pobreza me chamam de comunista!”
(Dom Hélder Câmara 1909-1999)

Dom Hélder era querido por uns porque sempre que podia atendia diariamente em sua casa 70/80 pessoas, na sua maioria pobre com suas angústias e aflições. Odiado por outros quando se propunha a pensar coletivamente soluções eficazes e efetivas para a pobreza de muitos que tanto conhecia. Quando o papa João Paulo II o abraçou no Recife em 1980, em visita ao Brasil, declarou: “Dom Hélder, irmão dos pobres e meu irmão!”
Na esfera da política e da cidadania a consciência cristã de nenhum de nós pode ficar tranqüila enquanto cruzamos na esquina por pessoas necessitadas, famintas, doentes, caídas nas sarjetas ou nas drogas – vítimas da falta de dignidade humana dada por Deus! “A igreja está convocada a ser advogada da justiça e defensora dos pobres. Ela não pode nem deve colocar-se a margem na luta pela justiça!” (Aparecida, nn.395/385).
O ano de 2012 – por ser um ano eleitoral – recoloca para todos nós este constante desafio. Obviamente não me restrinjo aqui apenas ao processo eleitoral. Mas serão escolhidos nossos futuros governantes municipais para os próximos quatro anos.
A cada administração municipal que se inicia sonhos e esperanças se aquecem para aqueles que se preocupam com este desafio: de um atendimento mais eficaz das necessidades básicas dos mais pobres, uma efetiva participação popular, uma câmara com um número maior de vereadores comprometidos com os reais problemas do povo, um zelo maior pelo patrimônio público, menos corrupção e mais ética no exercício do mandato, entre outras preocupações. Enfim que aquela administração municipal dê uma “cara” nova à cidade tornando-a mais humana, mais justa, mais fraterna e solidária.
Geralmente no decorrer das administrações municipais que se sucedem, aumenta a desesperança e o descrédito que a política seja, de fato, a “arte do bem comum!” Numa esfera extremamente importante para a vida da população – porque nela se decide praticamente quase toda a vida dos cidadãos e cidadãs – muitos de nós podemos ser levados a indiferença. Indiferença esta não só com a esfera da política e da cidadania, mas sobretudo com a vida das pessoas mais necessitadas. “A igreja não pode e nem deve colocar-se a margem na luta pela justiça!” (Aparecida, n.385).
“Iluminados pelo Cristo, o sofrimento, a injustiça e a cruz nos desafiam a viver uma “igreja samaritana” (Lucas 10,25-37), recordando que a evangelização vai unida sempre a promoção humana e à autêntica libertação cristã.” (Aparecida, n.26). A igreja é chamada a ser “samaritana” para com os pobres em qualquer lugar, tempo ou circunstâncias.
Vemos muitas vezes políticos abusando, maltratando e explorando a pobreza de muitos. Dá-se esmolas, migalhas... fazendo-os acreditar que é um político bom e ético, quando apenas está devolvendo uma parte muito pequena do que lhes pertence por justiça porque são direitos seus.
No entanto, os pobres são fiéis à sua consciência não percebendo estas maquinações eleitoreiras. O pecado maior é daquele político que manipula, desonesta e maldosamente, sua consciência. Por isso é importante que a igreja se cale e não pergunte pelas causas da pobreza!
Com estas palavras quero fazer memória deste desafio permanente para todos nós, sobretudo cristãos.
Nossa paróquia, ao lado da Rede Cidadania e da vereadora Edna Flor, tentamos participar de uma solução justa e ética para as famílias endividadas com o Daea. Não fomos ouvidos e na contrapartida, neste momento, se negocia a concessão do Daea à iniciativa privada.
Temos a consciência tranqüila diante de Deus, que se houvesse espaço efetivo de participação popular, muitas outras entidades e pessoas seriam ouvidas nas suas propostas eficazes e éticas para devolver mais dignidade humana aos mais pobres desta cidade. Democracia e cidadania se constroem com gestos concretos e não com palavras.
Pe. Valdir

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