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Fernando R. Santiago
colunista do Blog Novas Formas Editorial

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A MIDIA E A EMOÇÃO

A GUERRA NO RIO DE JANEIRO


É louvável, sob todos os aspectos, a ação das forças militares que agiram no Rio de Janeiro, retomando um pedacinho do território nacional, que há tempos não "pertencia" mais ao Brasil.

Conforme disse Beltrame (Secretário de Segurança do Rio de Janeiro), O problema do Rio é que uma parte do território nacional – o complexo do Alemão – não podia ficar mais sob o controle do terror e da ditadura dos traficantes.

Mais do que combater o tráfico de drogas, tratou-se de reconquistar o território que estava ocupado pelos traficantes, tirando-lhes o "oxigênio", o conforto da geografia e a segurança que sentiam com a posse de um grande número de armas de todos os tipos e calibres, que lhes davam poder de fogo, as quais foram recolhidas pelas forças militares.

Mas hoje a nossa reflexão tem outro viés.

A MATÉRIA PRIMA DA MIDIA (principalmente a da Televisão) é a EMOÇÃO.

A situação de violência do Rio de Janeiro, mostrada para o mundo inteiro, não foi diferente.

Pensemos concretamente. Os canais de Televisão precisam da emoção para atrair e conseguir uma maior audiência. Com audiência maior, podem cobrar mais pelas propagandas e inserções de todo tipo. Consequentemente com uma cobrança de maior valor, conseguem aumentar o seu faturamento. Com melhor faturamento, terão maior lucro, que no fim das contas é o objetivo primordial do mundo empresarial, em qualquer ramo de negócio e logicamente também da Televisão.

Faz um tempo, assisti a uma entrevista de um diretor da Rede Globo (infelizmente não me lembro do seu nome), dizendo que a emissora não inventava as coisas. Estas eram fatos que ocorriam e eles nada mais faziam do que transmitir ao público aqueles fatos, seja através de um noticiário, de uma novela etc. etc.

Ele só se esqueceu de comentar que um fato de âmbito apenas paroquial, ocorrido em um pequeno bairro de um determinado local, cuja repercussão atingisse, quem sabe, uma centena de pessoas, se muito, quando transmitido pela Televisão passa a ser do conhecimento de milhões e milhões de pessoas, tem a repercussão aumentada e multiplicada astronômicamente, atingindo telespectadores de todos os lares de um estado, de um país e em alguns casos, do mundo todo.

Tenho um exemplo desta semana. Um fato aconteceu numa pequena cidade do interior do Estado de São Paulo, com menos de 60.000 habitantes. Este fato nunca havia acontecido: um carro foi queimado altas horas da noite por alguém, certamente um irresponsável, na garagem de uma casa no centro da cidade. Coincidência? Ou seria uma inspiração? Seria um desejo de sentir uma forte emoção? adrenalina?

Não estou defendendo aqui a censura.

Mas sinto a necessidade de comentar. Com tamanho poder, os canais de Televisão têm a obrigação diuturna de refletir e refletir muito, ao divulgar qualquer fato. Que seja feito, mas com muita responsabilidade, que se pratique uma análise crítica de bom padrão. Se possível que tenha um objetivo educativo. Têm de pensar no alcance de suas ondas, seus satélites e que não tenham apenas o objetivo da emoção visando unicamente conquistar o lucro.

Fernando R. Santiago
colunista de Novas Formas Editorial

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