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Fernando R. Santiago
colunista do Blog Novas Formas Editorial

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

SUPERAR A VIOLÊNCIA I

Introdução

Revisto em: 06.01.2010
“onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão!”

Diante da violência provocada por assaltos, seqüestros, extermínios, violência doméstica, violência contra a mulher, contra as crianças, contra os idosos, a grita por “segurança” tem sido amplificada diariamente pela mídia, autoridades e formadores de opinião. Também é exigida, compreensivelmente, pelas vítimas sobreviventes, pelos parentes e amigos das vítimas e tantos outros.
A repressão usada pelas forças policiais muitas vezes gera conflitos e insegurança na população e é, na verdade, apenas um paliativo, necessário às vezes devido ao ponto que chegamos, mas paliativo, para se conter a violência e uma duvidosa maneira de se alcançar a paz.
Há muito tempo, uma velha máxima tem sido pregada por velhos políticos: lugar de “bandido” é na cadeia! Precisamos de mais polícia nas ruas!
São frases de efeito, sem dúvida com o objetivo claro de fazer “marketing”. Podem até trazer algum resultado, mas como solução para problemas tão sérios não podem ser consideradas completas nem definitivas.
As causas da violência são muitas: pessoais, psicológicas, culturais, desejo de vingança e outras, mas são também estruturais: miséria, pobreza, má distribuição de renda e desemprego.
O Projeto da Década para Superar a Violência (2001-2010), proposto pelo CMI – Conselho Mundial de Igrejas com sede em Genebra propôs estabelecer uma ampla discussão junto às sociedades, povos e culturas, para permitir que se encontre soluções e ou possíveis saídas, caminhos para superar a violência em todo o planeta.
Por ocasião do lançamento da Campanha pela Década no Brasil, D. Jayme Henrique Chemello, na época, Presidente da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, afirmou:
“... Para além da segurança é preciso criar no país condições para a paz. A paz é obra da justiça e da solidariedade...”
A Justiça Plena, Projeto de Deus, se concretiza na Partilha e na Fraternidade e traz dentro de si a prática da solidariedade e como conseqüência a Verdadeira Paz. Para isto, há condições indispensáveis, como a distribuição igualitária dos bens e a participação democrática, igualitária e transparente do povo nas decisões que regem a vida de cada um e de todos.
Para que a Justiça cresça, floresça e se frutifique em Paz é vital abraçar e defender a causa dos indefesos, dos discriminados e dos que sofrem todo tipo de preconceito e injustiça, para que todos tenham resgatada a sua dignidade. O Ser Humano busca incessantemente o bem-estar e a felicidade.
A OMS – Organização Mundial da Saúde conceitua: “Saúde é o completo bem-estar, físico, mental e social da pessoa humana”
Antecipando este conceito os nossos antepassados costumavam repetir um ditado de grande sabedoria:
“onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão!”
O pão, neste provérbio, sem dúvida significa comida mesmo, a mais elementar das necessidades dos seres vivos.
Ao mesmo tempo, sob o ponto de vista sociológico, este dito ganha um sentido metafórico, muito mais abrangente. Este sentido figurativo alcança níveis surpreendentes, considerando-se as tantas necessidades humanas: saúde, alimentação, moradia, trabalho, lazer, realização pessoal, familiar e social, conhecimento, educação, desenvolvimento intelectual, cultural, artístico, dignidade, etc...
A briga e a razão citadas nele podem ser entendidas como as muitas reações que envolvem o ser humano.
Não podemos pensar em resolver a violência com a própria violência, pois ela é autofágica. Não havendo perdão, a violência sempre alimenta e aumenta o ódio. Por sua vez o ódio conduz à vingança e por conseqüência, quem a praticou acaba sofrendo de volta e novamente, o revés e a destruição e assim continuaria indefinidamente.
Finalmente é preciso transformar em realidade as propostas de Jesus Cristo, Vontade do Pai, de que sejam atendidas as necessidades das pessoas, especialmente as dos pequeninos.

Fernando Santiago
colunista
Novas Formas Editorial

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